Quem sou eu

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Jaú, São Paulo, Brazil
Alguém que já viveu o suficiente para entender que não posso me definir num simples "Quem sou eu" porque o ser humano está em constante transformação. Só posso dizer que busco mudar para melhor.

domingo, agosto 11, 2013

Dia dos pais

 Meu pai já é falecido há 35 anos, quando ele se foi eu estava com 27 anos e já havia perdido minha mãe há 5 anos, portanto já são 40 anos sem ela. Vejo nas postagens do facebook muitos filhos cujos pais já faleceram, falando de muita saudade, que gostariam de tê-los de volta pelo menos por um momento para um abraço. Fiquei pensando em o quê diria eu ao meu pai se ele viesse por alguns momentos. Abraços? Não, ele nunca me abraçava, só tinha tempo pra minha mãe, conversavam muito, se abraçavam. E os filhos? Ah os filhos eram tantos! Os três primeiros da primeira falecida esposa e mais sete que teve com minha mãe. Dez filhos de diferentes idades. Quando a primeira filha estava se casando, minha mãe estava quase para dar à luz a caçula. Sinceramente...falando por falar, eu acho que o correto seria criar os três da primeira mulher e ter quem sabe um ou dois com minha mãe. Nessa conta eu não entraria porque sou a oitava, mas acredito que seria possível assim dar mais atenção, recursos, carinho à apenas cinco filhos. Ah e os abraços.  Ah eles achavam que estando todos vestidos e alimentados tudo estaria bem, mas como se eram tantos. Criança não precisa só disso, veja você que tem agora um ou dois filhos, difícil né. Minha mãe era muito especial, sabia tratar cada um de acordo com sua personalidade, mas ele era altivo, rígido. Era um homem muito honesto e isso foi bom herdar dele. E os abraços, não, não havia toque. Eu me sentia muito sozinha, apesar dos irmãos nas suas diferentes idades. Subia numa árvore e ficava num galho cantando ( pra dentro) ou chorando, ninguém ia ver mesmo. Se meu pai pudesse voltar para esse tal momento, eu o abraçaria sim, forte, bem forte e pedia perdão por tê-lo julgado, por querer que ele me oferecesse em vida tudo o que ele não poderia dar, porque ninguém dá o que não tem. Nem mesmo um abraço.

by Janda