Hoje eu estava sentada em um dos bancos rodoviária de Bauru esperando dar o horário do meu ônibus para Jaú. De repente em meio à bocejos, olhares parados, consultas rápidas ao relógio e olhar perdido de atenção ao que se passava na tv, vi um mundo mágico se deslumbrar à minha frente: uma borboleta escura com rendas cor-de-rosa, lindíssima, sobrevoou mostrando seu bailado.
Um garoto olhou para mim sorrindo, como se a perguntar se eu também era capaz de captar a beleza e alegria daquelas cores. Pensei se ela pousar na cadeira da frente, pego o celular e faço uma foto para uni-la a outras borboletas, gafanhotos, libelulas...mas ela pousou no acento da cadeira. O garoto que falava comigo pelo olhar, sorriu e se levantou para observá-la de perto.
A nossa volta as pessoas continuavam no seu letárgico esperar, a avó do garoto conversava com uma senhora a sua frente totalmente alheia ao que se passava e sem mesmo notar que o neto mantinha uma comunicação comigo.
De repente um senhor gordo, de cabelos grisalhos, enquadrado ao aspecto próprio das pessoas apáticas, alheias ao que se passa além de seus pensamentos, caminhou em direção à cadeira. O garoto me olhou com olhos arregalados, mas tarde demais, o traseiro gordo amassou a borboleta, retendo para sempre sua missão de alegrar e colorir o mundo.
Quando o velho se levantou o garoto olhou para mim e juntos ficamos observando o traseiro gordo caminhando decorado por uma linda borboleta escura rendada de cor-de-rosa.
Não voaria mais.
Bju, Janda
Nenhum comentário:
Postar um comentário