Quem sou eu

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Jaú, São Paulo, Brazil
Alguém que já viveu o suficiente para entender que não posso me definir num simples "Quem sou eu" porque o ser humano está em constante transformação. Só posso dizer que busco mudar para melhor.

terça-feira, junho 29, 2010

recordando


Hoje estou com gripe e muita dor de garganta e só posso ficar deitada senão pelo pouco de tempo que venho até o pc dar uma espiadinha. Sem nada pra fazer e a mente vagando voltei até uns bons anos atrás e me vi no quintal de casa, (enorme ou seria apenas na visão infantil) mas lá no fundo tinha um galinheiro apesar de que as galinhas já tinham tomado todo o espaço do terreno e só vinham ali pra dormir. A garganta dói, tento esconder mas mãe é mãe e vai ela até perto do galinheiro, sonda uma galinha, sonda a outra e me lembro como hoje, elas ficavam desconfiadas, iam saindo de fininho e minha mãe pegava uma e rapidamente subtraía uma pena da coitada que corria sem entender nada. Bom, feito isso ia até a torneira lavava bem a pena e por fim a desinfetava com álcool pegava aquele vidro de remédio azul, acho que o nome era azul de mitileno ou coisa parecida, então era minha vez de tentar fugir, mas como a pobre galinha sem sucesso. Esperneava enquanto minha mãe girava a pena pra todos os lados, pra dentro mais pra fora e só parava quando eu sentia que ia vomitar. Ficava um tempo com a boca azul e cada vez que uma galinha passava por mim sentia náuseas.

Tudo isso era um carinho de mãe que só agora percebo e sinto tanta falta. Hoje eu queria ter seis anos ou os meus sessenta mesmo, mas receber esse carinho de pena azul.

Como não é possível vou de pastilhas mesmo, mas todo aquele azul era bem mais eficaz. Saudade, mãe!

domingo, junho 13, 2010

Valores




E fui tentar entender meus valores. Falei, falei, falei e a conclusão foi simples. Quando nasci já peguei o bonde andando, era apenas mais uma, a oitava.


_Por favor, coloque essa aí, arruma um cantinho pra ela dormir e cuida pra que não chore muito, quero dormir.


Já havia os valores, acordos, desacordos, conceitos e preconceitos e eu só pude adaptar-me a tudo. Podia sim, fantasiar, imaginar ser quem eu quisesse desde que dentro dos padrões estabelecidos. E assim foi que se deu a minha vida. A boa filha, a estudiosa, a comportada, a professora. E os valores e regras? Tudo em cima obedecido à risca.


Mas todos partiram, fiquei só. Levaram seus valores, conceitos, preconceitos. Nada valia pra mim. E os meus valores? Hummm quais são meus valores?


Bom, ainda há tempo de descobrir.