Hoje estou com gripe e muita dor de garganta e só posso ficar deitada senão pelo pouco de tempo que venho até o pc dar uma espiadinha. Sem nada pra fazer e a mente vagando voltei até uns bons anos atrás e me vi no quintal de casa, (enorme ou seria apenas na visão infantil) mas lá no fundo tinha um galinheiro apesar de que as galinhas já tinham tomado todo o espaço do terreno e só vinham ali pra dormir. A garganta dói, tento esconder mas mãe é mãe e vai ela até perto do galinheiro, sonda uma galinha, sonda a outra e me lembro como hoje, elas ficavam desconfiadas, iam saindo de fininho e minha mãe pegava uma e rapidamente subtraía uma pena da coitada que corria sem entender nada. Bom, feito isso ia até a torneira lavava bem a pena e por fim a desinfetava com álcool pegava aquele vidro de remédio azul, acho que o nome era azul de mitileno ou coisa parecida, então era minha vez de tentar fugir, mas como a pobre galinha sem sucesso. Esperneava enquanto minha mãe girava a pena pra todos os lados, pra dentro mais pra fora e só parava quando eu sentia que ia vomitar. Ficava um tempo com a boca azul e cada vez que uma galinha passava por mim sentia náuseas.
Tudo isso era um carinho de mãe que só agora percebo e sinto tanta falta. Hoje eu queria ter seis anos ou os meus sessenta mesmo, mas receber esse carinho de pena azul.
Como não é possível vou de pastilhas mesmo, mas todo aquele azul era bem mais eficaz. Saudade, mãe!
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