Quem sou eu

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Jaú, São Paulo, Brazil
Alguém que já viveu o suficiente para entender que não posso me definir num simples "Quem sou eu" porque o ser humano está em constante transformação. Só posso dizer que busco mudar para melhor.

sábado, novembro 02, 2013

Finados

Hoje é dia de finados e me pego recordando meus tempos de adolescente quando minha família estava completa e não tinha ainda sentido a perda de alguém próximo. Finados era um dia de festa porque morávamos perto do único cemitério da cidade e todos os amigos, parentes que iam visitar chegavam até em casa para um bate papo, um café da tarde, tempo de frutas, muitas mangas maduras. Logo cedo íamos ao cemitério mas para passear, não tínhamos sentido ainda o verdadeiro significado da data. Muita gente, muitos conhecidos, colegas, amigas e claro aquele carinha que a gente vinha paquerando e ali era o lugar onde certamente iríamos encontrar. Muito subir e descer a rua central, rir e trocar olhares e quem sabe marcar um cinema pra noite. Mas não éramos nós, e sim todos, os rapazes passavam o dia no cemitério. E pra fechar o dia todo ano caía uma forte chuva.
Meu primeiro contato com a morte foi justo minha mãe aos 53 anos de neflite, naquela época 1972. Cinco anos depois, meu pai enfartou aos 70 anos, aí começaram os irmãos a Dulce aos 37 anos juntamente com o marido Paulo num acidente de avião, meu irmão Osvaldo enfartou em 1998 aos 60 e poucos anos, em 2002 meu irmão Sebastião faleceu aqui no Amaral Carvalho, antes de completar 60 anos. 
Conheço agora o verdadeiro significado do dia de finados, respeito e oro. Como todos dizem, não consigo sentir que estão todos apenas em outro plano e que cuidam de nós. Sinto apenas que se foram, abandono total, ligação nenhuma. Será que algum dia nos veremos de novo?

domingo, outubro 13, 2013


              



 O gato e o vento

O gato sente o vento que sopra
Sopra forte trazendo segredos
Arrepia seus pelos e corre
O gato corre, vai, volta, enlouquece.
Sobe, desce
Corre atrás das folhas secas que o vento leva.
Para e escuta: que será que o vento lhe conta?

                                                                                                                                                                                                      
Serão recados de alguma gatinha do lado de lá?
O vento cansado de ventar vai embora
O gato começa a se acalmar
Deita no seu cantinho e fica a pensar
A saudade diz que o gato entende o vento
Mas não sabe quando ele vai voltar.

domingo, agosto 11, 2013

Dia dos pais

 Meu pai já é falecido há 35 anos, quando ele se foi eu estava com 27 anos e já havia perdido minha mãe há 5 anos, portanto já são 40 anos sem ela. Vejo nas postagens do facebook muitos filhos cujos pais já faleceram, falando de muita saudade, que gostariam de tê-los de volta pelo menos por um momento para um abraço. Fiquei pensando em o quê diria eu ao meu pai se ele viesse por alguns momentos. Abraços? Não, ele nunca me abraçava, só tinha tempo pra minha mãe, conversavam muito, se abraçavam. E os filhos? Ah os filhos eram tantos! Os três primeiros da primeira falecida esposa e mais sete que teve com minha mãe. Dez filhos de diferentes idades. Quando a primeira filha estava se casando, minha mãe estava quase para dar à luz a caçula. Sinceramente...falando por falar, eu acho que o correto seria criar os três da primeira mulher e ter quem sabe um ou dois com minha mãe. Nessa conta eu não entraria porque sou a oitava, mas acredito que seria possível assim dar mais atenção, recursos, carinho à apenas cinco filhos. Ah e os abraços.  Ah eles achavam que estando todos vestidos e alimentados tudo estaria bem, mas como se eram tantos. Criança não precisa só disso, veja você que tem agora um ou dois filhos, difícil né. Minha mãe era muito especial, sabia tratar cada um de acordo com sua personalidade, mas ele era altivo, rígido. Era um homem muito honesto e isso foi bom herdar dele. E os abraços, não, não havia toque. Eu me sentia muito sozinha, apesar dos irmãos nas suas diferentes idades. Subia numa árvore e ficava num galho cantando ( pra dentro) ou chorando, ninguém ia ver mesmo. Se meu pai pudesse voltar para esse tal momento, eu o abraçaria sim, forte, bem forte e pedia perdão por tê-lo julgado, por querer que ele me oferecesse em vida tudo o que ele não poderia dar, porque ninguém dá o que não tem. Nem mesmo um abraço.

by Janda

quarta-feira, junho 26, 2013

Marcas





A vida sempre deixa marcas
Às vezes boas ou más porque tudo marca.
Marcas nas mãos que muito trabalharam
Marcas nos olhos que muito choraram
Nos pés que muito andaram.
Nos rostos que muito preocuparam.
Marcas de muitos sorrisos, risos e gargalhadas
Nos braços que muito abraçaram
Mãos que se entrelaçaram
Bocas que se beijaram.
Marcas da saudade que ficou
De momentos inesquecíveis
De momentos tão completos
Repletos de suspiros invisíveis.
As marcas fazem partes de uma vida vivida
Amada, querida, sofrida.
As marcas mais fortes e doídas
São cicatrizes profundas
Deixadas, fincadas no coração
Daquele que se acovardou
Que não viveu não se arriscou
Não se entregou
E viveu sem emoção.

By Janda






sábado, abril 20, 2013



É como soltar uma pipa, vou dando linha conforme vou me sentindo bem. A cada alegria vou ficando forte e mais alto rio, chegando perto das nuvens numa tranquilidade que chega a ser felicidade. Mas cortam a linha e dizem: desça, vc não pode ser feliz. A pipa sou eu. Desço, e bem perto do chão fico segurando a linha cuidando pra não subir, não rir, não dar palpites. E eu já sei o que é ser feliz. Seguro a pipa. Seguro a mim mesma.

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Bichinhos da minha infância



Eu estou pensando nos animaizinhos que são tratados como uma coisa qualquer, então me lembrou de quando eu era pequena (faz tempo pra caramba), uma vizinha da esquina tinha um cãozinho que gostava de sorvete e quando o sorveteiro, de carrinho tocava o apito, ele ficava louco latindo muito e se a dona demorasse pra pegar dinheiro e parar o sorveteiro, ele desmaiava. Sim gente, ele desmaiava e só voltava quando dona Benedita dava sorvete pra ele.




Então vou falar mais um pouco de bichos e sua inteligência. Na minha infância tinha um cão em casa de nome Peri, segundo minha mãe ele faltava falar. Das muitas proezas dele uma que eu curtia era sobre minha irmã Cecília e família. Como ela morava perto coisa de umas quatro quadras virando a rua, sempre vinha em casa com marido e 2 filhos que tinham na época, ficávamos dando tchauzinho pras crianças no portão e o Peri ficava deitado ao nosso lado. Acredite se quiserem quando ela vinha sozinha com as crianças, sem o marido, ao irem embora durante o tchauzinho, Peri se levantava e acompanhava a família até o portão da casa e voltava pra nossa. E isso acontecia todas as vezes que ela vinha sem o marido.



Mais uma história dos bichinhos da minha infância. Meu pai criava porco, um, dois no máximo pra consumo, no quintal que era enorme, cheio de árvores e era permitido. Um dia apareceu ele com um porquinho coisinha mais linda, nos apaixonamos e colocamos o nome de Garrafinha sei lá porquê. Chiqueiro todo mundo conhece é um espaço fechado com pouquíssimas madeiras, só para os bichinhos não ficarem solto no quintal. Garrafinha não se adaptou. Sentia falta de ar e desmaiava era quando as crianças protestavam e exigiam que ele fosse solto. Bichinho solto, bichinho feliz reinando no grande quintal, destruindo hortas, plantações e jardim. Prendiam-no de novo e Garrafinha sentia falta de ar e desmaiava. Bom acredite se quiserem.

by Janda